segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Só ama quem educa, e só educa quem ama.


“Só ama quem educa, e só educa quem ama”

Escrito por: Iolanda Veríssimo

Com os depoimentos e revisão de: Mário Cordeiro, Pediatra.

Em entrevista à Nove Meses, o pediatra Mário Cordeiro explica como o afeto e a educação são parte do mesmo ato de amor.

“Só ama quem educa, e só educa quem ama”
O livro de Mário Cordeiro Educar com Amor acompanha os pais naquela que o autor considera uma das tarefas mais exigentes da parentalidade: educar. É natural que a palavra desperte tantas perguntas como convicções e que se faça rodear de iguais receios e expetativas. Por isso, em Educar com Amor, os termos educação e aprendizagem vêm quase sempre lado a lado. O desafio é que, em conjunto, os pais estejam conscientes desta relação desde o primeiro dia. No livro, que também é um guia, os conselhos partilhados pelo pediatra transportam as histórias de vida com que se deparou ao longo da sua vasta experiência profissional. Lembrando que «educar é um ato de amor», Mário Cordeiro percorre as dúvidas e inquietações de muitos pais empenhados em ensinar, mas sobretudo, em ver os filhos crescerem felizes.
Porque é que os pais devem ter esta perspetiva de educar com amor?
Porque apesar de amar e educar (ou ensinar e aprender, se quisermos) serem parte do mesmo e indissociáveis, ainda há pessoas que pensam estar a falar-se de coisas opostas, como se educar fosse uma manifestação de desamor. Só ama quem educa, e só educa quem ama. Pretender amar sem educar leva a laxismo, omnipotência e crianças narcísicas, pretender educar sem amar levará a rigidez, revolta, injustiça.
Quais as qualidades humanas que os pais devem transmitir aos filhos?
Amor, afeto, ética (noção clara do Bem e do Mal), empatia, solidariedade, humanismo, frugalidade, cultura, gosto pela criatividade e pela arte, desenvolvimento dos talentos, coragem,dignidade, amizade, humildade, partilha, altruísmo, autonomia, responsabilidade, rigor, expressão organizada dos sentimentos, gosto pela liberdade e rejeição da violência, do despotismo, negligência, vingança, injustiças, sadismo, ciúme, mentira…
Porquê e como é que os pais podem ensinar ética às crianças?
Ética é a diferenciação entre o Bem e o Mal. Os nossos comportamentos têm de ser balizados, porque – apesar de ser uma frase muito usada e, portanto, porventura um lugar comum -, os nossos direitos acabam no momento em que espezinhamos direitos de outros. Primeiro, passada a fase do «quero e (julgo que) posso e mando», com o bebé centrado em si mesmo e pensando que o mundo gira à volta do seu umbigo, têm de ser os “polícias” externos (pais, família, educadores, adultos em geral, sistema de normas e leis) a estabelecer os limites e as regras dos comportamentos. Mais tarde, será o próprio, ou o seu Superego, a controlar o nosso Id, ou pulsões, quando elas podem, se se traduzirem por acções, transformarem-nos em pessoas piores.
Como se ensina uma criança a ser alegre?
Mostrando amor e alegria, fazendo-lhe ver, desde o primeiro momento, o lado bom da vida, não se vitimizando (os pais) mas sim revoltando quando se sentem injustiçados, mas com contenção, e cultivando a frugalidade e o humor. Frugalidade é diferente de pobreza: nesta, a pessoa não tem posses para ter bens. Na primeira, a pessoa tem posses mas dispensa bens que sente como desperdício ou redundâncias, ou meras modas e show-offs. Cultivar o humor, não dando ênfase a tudo o que acontece e relativizando as coisas, é uma boa oportunidade de aprender a ser alegre, bem como ser simples e ter um plano B (ou C ou D, ou até qualquer letra do alfabeto) para quando as coisas correm mal no plano A. Também ajuda não atirarmos para cima das crianças problemas que só devem respeitar aos adultos, até porque a possibilidade de intervenção das crianças é nula, mas isso não obsta a que as crianças, a pouco e pouco, não vão entendendo melhor o mundo dos adultos e, até, a partilhar momentos de alegria e de sofrimento da família. Mas só se conhece a alegria quando se viveu a tristeza, e estar triste é um direito e uma necessidade, até em termos criativos.
Que funções devem assumir os pais na formação da personalidade e da auto-estima dos filhos?
Devem ser modelos, exemplos, condutores, sobretudo nos primeiros anos de vida, embora as crianças não sejam uma mera repetição dos pais nem estes podem ter veleidades de os querer fazer à sua imagem ou moldá-los segundo aquilo que gostaram de ser ou evitando que façam aquilo que detestaram. De nada serve bombardear uma criança com noções abstractas, como respeito, se na prática o que ela vê é os pais não darem os bons-dias aos vizinhos, hipercriticarem tudo e todos, não auxiliarem quem precisa porque vem carregado com sacos do supermercado, não aguentar a porta aberta para a pessoa de mais idade que demora mais tempo a chegar, ou dizer impropérios ao peão que, simplesmente, está a passar na passadeira. 
   Por outro lado, desdenhar constantemente, estabelecer metas inatingíveis, exigir «quadros de Honra» e coisas absurdas como essa e humilhar a criança para se sobressair, nunca regateando um responso mas sendo parco nos elogios, não contribuirá para que a criança goste de si mesma, sentindo-se feia, ridícula e má.
   É grande a nossa responsabilidade e são grandes os nossos deveres, paralelos aos direitos sobre os nossos filhos, mas são grandes também os graus de liberdade para podermos ter – com crises, troikas e o que for, pelo menos para a ainda maioria das pessoas – uma vida simples, alegre, divertida e feliz. 
   O ser humano é, ainda (e esperemos que sempre) o elemento mais catalisador da pessoa, o melhor brinquedo da criança e o afago e resíduo de amor que poderemos ter. Aproveitemos este «património imaterial e material da Humanidade»!
Mário Cordeiro é um dos pediatras mais reconhecidos em Portugal. Pai de cinco filhos, escreveu várias obras dedicadas aos pais e educadores, aliando a sua formação como médico pediatra aos vastos conhecimentos que tem nas áreas da Psicologia, Sociologia e Antropologia. Entre os seus livros mais conhecidos estão "O Grande Livro do Bebé", "Dormir Tranquilo" e "1333 Perguntas para Fazer ao Seu Pediatra". Doutorado em Pediatria, foi professor de Saúde Pública na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e é membro da Sociedade Portuguesa de Pediatria e da British Association for Community Child Health.



segunda-feira, 30 de novembro de 2015

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Doidas, doidas, doidas...

Aqui fica uma música para cantar ao seu filho, adequada à estação do ano, o Outono. Uma adaptação da música "doidas, doidas, doidas andam as galinhas".


domingo, 26 de julho de 2015

Aos dois anos, a carne já não pode ser “chicha”



Cada criança tem o seu ritmo, mas o normal é as primeiras palavras surgirem por volta dos 12 meses. Os pais devem estimular o desenvolvimento e falar corretamente com os filhos desde muito cedo.
Chamar “chicha” à carne ou “ti-ti” à tia? Quando muito até aos dois anos de idade. A partir daí, as crianças devem chamar os objetos e as pessoas pelos devidos nomes, defendeu ao Observador Marisa Lousada, terapeuta da fala e professora da Escola Superior de Saúde, da Universidade de Aveiro, que deixou ainda um recado para os pais e outros “cuidadores”: devem infantilizar menos a linguagem quando falam com as crianças.
De facto há cuidadores que tendem a infantilizar demasiado a linguagem dos filhos. É tudo té-té, ti-ti, tó-tó, chicha em vez de carne. Até ao ano e meio tolera-se, mas no caso de uma criança com dois anos devemos falar com ela com linguagem simples e termos corretos”, aconselhou Marisa Lousada.
E quando as crianças insistem, por exemplo, em chamar “nana” à banana? Aí, e quando não há problemas de linguagem, os terapeutas da fala aconselham os pais “a fazer de conta que não perceberam“, exigindo desta forma um pouco mais aos filhos.
Antes mesmo do primeiro ano de idade, quem cuida da criança – sejam pais, avós, ou outros familiares ou educadores -, deve ir chamando a atenção para o nome dos objetos. E isso pode ser feito de diferentes formas: brincando, cantando, rindo, lendo histórias muito simples, reproduzindo os sons dos animais.
Mas como é que tudo isto resiste à falta de tempo que, cada vez mais, as famílias alegam para justificar a menor atenção que dão à educação dos filhos? O truque é “aproveitar os momentos do dia-a-dia como o dar o banho para ensinar as partes do corpo, a altura de vestir para ensinar o nome das peças de roupa, a do almoço para dizer e repetir os nomes dos alimentos”, sugeriu a docente da Universidade de Aveiro.

Não dizer uma palavra aos dois anos é motivo de preocupação

A grande dúvida com a qual os pais se colocam é: afinal quando é que é suposto o meu filho começar a falar? E se é certo que as crianças têm ritmos diferentes, não é menos verdade que existem marcos típicos de desenvolvimento, que a terapeuta da fala Marisa Lousada sintetiza da seguinte forma:
  • Por volta dos 12 meses as crianças começam a produzir as primeiras palavras – nomes de familiares, animais de estimação, brinquedos – soltas e mal articuladas;
  • Até aos dois anos vão começando a juntar duas palavras, com um sentido de frase, que podem também ainda ser mal articuladas;
  • Até aos três anos devem construir frases simples e depois mais complexas, com alguns erros, sobretudo quando se tratam de situações mais irregulares;
  • Aos quatro anos, as crianças devem apresentar um discurso compreensível para qualquer pessoa. Podem ter dificuldades em algumas estruturas silábicas, mas vão conseguir produzir a maior parte dos sons
E de acordo com estes estadios, se aos dois anos e meio a criança “não produz palavras deve ser um sinal de alerta”, alerta Marisa Lousada, acrescentando que “os rapazes são menos precoces do que as meninas em termos de linguagem”. Preocupações devem também surgir quando uma criança com quatro anos não se faz entender por um desconhecido.
Às vezes os pais habituam-se e facilitam a linguagem menos correta. Agora, se eu não entendo uma criança com quatro anos isso é indicativo de que de facto a criança deve fazer uma avaliação terapêutica”, acrescentou a terapeuta da fala.
Segundo a informação disponibilizada no site da Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, “as alterações da fala e da linguagem são as perturbações do desenvolvimento mais frequentes nas crianças em idade pré-escolar”. O atraso ou perturbação da linguagem atingem cerca de 5% a 10% das crianças nessa faixa etária.
Entre as causas mais frequentes da perturbação da linguagem primária, que resulta num atraso na linguagem, encontram-se o défice de audição, o atraso de desenvolvimento, a prematuridade, o autismo e a falta de estimulação. E em cerca de 7% dos casos de perturbação da linguagem a razão é desconhecida, embora alguns estudos apontem para causas genéticas ao nível cerebral, esclareceu a terapeuta.

Desvalorização dos problemas de linguagem

A duração da terapia varia muito consoante a perturbação que a criança tenha mas, garante Marisa Lousada, “há muitas situações em que num ano se corrige a articulação dos sons”. Duas sessões por semana é “o ideal para um tratamento eficaz”, contudo, em Portugal, “a maior parte dos profissionais acompanham as crianças uma vez por semana”, sobretudo por questões financeiras. Cada sessão custa, em média, 30 euros. Aliás, fruto da crise as famílias têm procurado menos estes serviços, garante a especialista.
Nestes últimos três, quatro anos, tem diminuído a procura, exatamente por este motivo [crise financeira]. O nosso Governo não apostou em abrir concursos em hospitais, centros de saúde e escolas, para a colocação de terapeutas da fala e os pais, obviamente, é que têm de cuidar das necessidades básicas das crianças”, apontou Marisa Lousada.
Mas nem tudo são problemas financeiros. “Há uma grande desvalorização dos problemas da linguagem na idade pré-escolar”, afirmou a terapeuta. “O problema maior é quando essa perturbação se arrasta e, muitas vezes, as crianças só chegam às consultas quando estão a entrar no primeiro ciclo, porque aí surge o problema da leitura e da escrita”, acrescentou Marisa Lousada.

Instrumento permite perceber em cinco minutos se há problemas de linguagem

E precisamente por terem noção de que “muitas crianças acabam por não chegar cedo à terapia da fala”, Marisa Lousada e outras duas investigadoras da Universidade de Aveiro (Rita Valente) e do Instituto Politécnico de Setúbal (Ana Mendes ), desenvolveram o RALF —Rastreio de Linguagem e Fala.
O RALF é o primeiro instrumento preparado a pensar em crianças que tenham o português-europeu como língua materna e que permite que, “em mais ou menos cinco minutos”, profissionais de saúde e de educação identifiquem se as crianças entre os 3 anos e os seis anos têm ou não adquiridas as competências de linguagem e fala típicas para a respetiva idade.
Esta ferramenta, desenvolvida com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, contempla três faixas etárias – até aos 4 anos, até aos 5 anos e até aos 6 anos – e contém perguntas adaptadas a cada idade, que permitem aferir das capacidades de fala, linguagem ou metalinguagem das crianças em idade pré-escolar. Uma das questões a aplicar a crianças até aos quatro anos, desvendou Marisa Lousada, é se “a criança é capaz de dizer a função dos objetos”.
Não havia até agora nenhum instrumento específico para a linguagem. Nos centros de saúde têm instrumentos de avaliação mais global que acabam por incluir um ou dois itens de linguagem”, explicou Marisa Lousada.
As investigadoras que desenvolveram o RALF, lançado esta semana, já enviaram um documento à Direção-Geral de Saúde (DGS) porque a“grande meta era que uma criança aos quatro ou aos cinco anos pudesse fazer um rastreio de linguagem no centro de saúde”, frisou a docente da Universidade de Aveiro, adiantando que já recebeu contactos de hospitais e terapeutas da fala.

http://observador.pt/2015/06/13/aos-dois-anos-a-carne-ja-nao-pode-ser-chicha/

terça-feira, 21 de julho de 2015

A importância das canções infantis

A importância das músicas e canções infantis

A música é para as crianças uma parte essencial no seu desenvolvimento e aprendizagem. É que a criança é capaz de escutar até mesmo antes de nascer. Sim, cientificamente está provado que o primeiro sentido que se desenvolve no feto no ventre materno é o ouvido.
As canções infantis têm uma variedade de benefícios para as crianças. E, além de serem divertidas nas danças, nas suas letras, no seu ritmo, são um instrumento essencial no desenvolvimento cognitivo, motor, afectivo, intelectual, auditivo… Em seguida vamos explicar-lhe o porquê.
Um dos muitos benefícios das canções infantis é o desenvolvimento motor que possibilita na criança. As canções infantis possuem ritmos bastante marcados mas ao mesmo tempo muito suaves. A criança percebe-os e sem dar-se conta, move-se ao ritmo da música que ouve. Este movimento fará com que a criança desenvolva a sua expressão corporal, a sua coordenação e a sua capacidade motora.
As canções infantis possuem letras ritmadas e muito repetitivas que são bastante benéficas para a criança no momento de aprender as letras. Além disso, como estas letras vão acompanhadas de gestos, também favorecem a dicção da criança, e a sua capacidade de compreensão.
Além de tudo isto, as canções infantis cativam as crianças. Pois são canções divertidas, cheias de gestos e movimentos, com letras divertidas…"

http://portadeactividades.blogspot.pt/2010/09/importancia-das-musicas-e-cancoes.html


domingo, 12 de julho de 2015